sexta-feira, 29 de agosto de 2008

É disso que o povo gosta...



Após uma aula de sociologia da comunicação, onde um dos temas abordado foi a passividade da massa perante os seus representantes, dei-me de encontro com uma grande caminhada, promovida por um dos candidatos à prefeitura da cidade de Juazeiro, no norte da Bahia, na qual uma das grandes “atrações” era um ministro de grande importância do governo Lula. O mais marcante nisso tudo era ver como as pessoas estavam felizes acompanhando a tal manifestação, como se a vida e a cidade na qual elas vivem estivesse na mais pura ordem.

Ao som dos “grandes sucessos” eleitorais, e a base de umas cervejinhas, a massa ia com suas bandeiras na mão e seus adesivos no peito, cantando e dançando no intuito de levar o seu magnífico candidato a mais um mandato. Se esse não fosse um ano eleitoreiro, chegaria a pensar que estava no carnaval de Salvador ou em outra festa do gênero, tamanha a felicidade popular.

Era “emocionante” ver os rostos das pessoas com aquele semblante de felicidade, afirmando que tudo estava caminhando bem; percebi o quanto à massa é esclarecida, alguns chegaram a afirmar, no momento em que a imensidão de gente passava em frente a minha universidade o seguinte: “ao invés de virem cumê água e apoiar o nosso candidato, eles ficam aí perdendo tempo em estudar”. Esse é o nosso povo. Esse é o nosso sábio povo.

Festa, é esse o pensamento da massa, não nos interessa saber o quanto estamos sendo manipulados, o que realmente importa, é o quanto estamos nos divertindo. Esse é o ritmo eleitoral, vence aquele que fizer mais e as melhores festas; pra que propostas, se o que realmente vale, na visão da massa, é a cervejinha e a musiquinha ofertadas pelos candidatos? Esses são os fatores decisivos para se vencer uma eleição. Voltamos a viver na base do “pão e circo”. É disso que o povo gosta, é isso que o povo quer.

9 comentários:

Alinne Suanne disse...

eita aula q rendeu srrsrs
o pior é que isso mns! A massa adere a passividade, dizer q tudo ta bem!
só que na hora d evota ela se revela...mostra o que pretende ter!
srrsrsr
Em fim...festa! é isso que o povo gosta!rsrs

Alice Brasil disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alice Brasil disse...

Meg Macedo diz:

Emerson, adorei o seu texto e que tem alguém no mundo que compartilha com o mesmo pensamento que o meu, pois, também foi assim que me senti ao ver tudo aquilo. É a política do pão e circo, infelizmente. E é mais deprimente ainda quando se houve absurdos como estes que o melhor era beber, cantar as musiquinhas dos candidatos, cair e levantar, ao invés, de estudar, pesquisar e votar no melhor candidato aquele que realmente vai trabalhar pro bem da cidade, por que quem vê pensa que Juazeiro é uma cidade, um lugar de infra-estrutura péssima, onde as ruas não são calçadas, que não oferece emprego para a população, que o maior índice de aids é aqui, enfim, eu só lamento.

Laura Gelbecke disse...

essas festinhas são feitas exatamente para aquele publico que não se interessa pela política de sua cidade, estado ou país. votam no qual teve a festa mais divertida.

Ilana Copque disse...

Fale não...
Como diz a música: "Na massa, tá massa". Essa é a realidade.
Pior que dizer que eles não estão conscientes é o mesmo que dizer que não são humanos e por conseguinte, que não pensam.
Tudo bem que não deve haver aquela consciência de inércia, mas no fim eles sabem o que estão fazendo. Quanto maior a festa, mais “tá massa”..
Eu cheguei a ver um dragão chinês, dá pra acreditar? cheguei a ouvir "tome, tome, 13", e uma criança dançando como se fosse um pagode qualquer. Quanto a essas músicas de campanha, cheguei a uma conclusão, quem liga para a letra, se no fim é o ritmo que embala? No fim das contas o que importa é fazer a MASSA ir atrás do trio.

Alcione Torres disse...

Em época de eleição as pessoas parecem ficar ainda mais incapazes de pensar sobre sua situação. Basta um aperto de mão, uma banda na praça, para todos se apaixonarem!

http://sarapateldecoruja.blogspot.com/

Dalmir Campos disse...

É festa. É festa. É festa. É festa. É festa. É festa. É festa. É festa. É festa. É festa. É festa. É festa. É festa. É festa. É festa. É festa. É festa. É festa. É festa. É festa. É festa.

É feeeeeeeeeeeesta!

Léla PimenteL disse...

Esses dias eu tava ouvindo essas musikinhas toscas de campanha e cheguei a conlusão ki os dingos (eh esse o nome?) transforman os candidatos em principes e princesas de contos de fadas!!
Eh como se a musika mais bonita fosse mudar o mundo!!

Triste mesmo eh as pessoas escolherem seus candidatos se baseando nessas trivialidades....

adorei teu blog ^^
passa nu meu...
bjinhU

http://garotadopapai.blogspot.com/

Unknown disse...

Emerson, gostei do seu texto. Mas achei interessante como vc se afasta dessa "massa" e desse "povo", e como se apropria da UNEB quando diz "minha universidade". Releia e observe. É interessante como nós, ao entrarmos na Universidade, nos afastamos da sociedade, ficamos entre muros e acabamos refletindo em nossos textos esse distanciamento. Mas nos tb somos massa! rs