quinta-feira, 14 de maio de 2009

"Eu me intitulo maluco, mas não doido". As Faces de Jorge Galego


O TRIPLICANDO! , no seu primeiro aniversário, tem o prazer de entrevistar uma das figuras mais conhecidas do curso de Comunicação Social – Jornalismo em Multimeios da UNEB campus III. Afinal, quem, dentro do DCH III, nunca ouviu uma história ou leu algum texto produzido por ele? Apreciador de uma boa aguardente; amante das mulheres; ateu e humanista convicto. Para uns, louco, para outros, nem tanto. Com vocês: Jorge Gonçalves dos Santos o popular Jorge Galego.



TRIPLICANDO! Você Já foi Jorge “Impetuoso”, Jorge “Boi bravo” e hoje atende por Jorge “Galego”. Afinal, quem é você?

Jorge Galego: Eu sou o que sou, parecido com um tipo de criatura divina. Supostamente dizem que o suposto criador quando perguntavam quem ele era dizia: eu sou o que sou. Não querendo ser "Deus", mas eu sou o que sou e estou o que estou. Eu me intitulo maluco, mas não doido

T! Jorge, no primeiro dia de aula você se apresentou como humanista e ateu convicto. O que te levou a adotar essa postura?


JG: É a descoberta, todos nós seres humanos somos humanistas por natureza. À medida que você vai pegando experiência de vida, vai construindo a sua identidade, baseado no vê da sociedade e vai chegando onde quer.

T! Em que período da vida você decidiu se tornar ateu?

JG: Eu sempre fui um questionador, sempre gostei de questionar até mesmo quando sozinho. Quando tinha 16 anos me encontrei para chegar ao ponto, com conhecimento científico, de me preparar gradativamente com esperteza porque sou de família tradicional e não podia me declarar em alto e bom som, com 16 anos, porque aí, sim, eu seria internado no hospício como louco. Ateísmo com 16 anos nem pensar. Mas aos 19 bati o martelo.

T! Esse ateísmo já foi colocado em xeque?

JG: Não! Eu não o coloquei em xeque e nem penso em colocar, eu penso em aperfeiçoar. Eu acredito, friamente, que o ateísmo nato será espalhado. Aqui no Brasil onde apenas 1% da população se declara atéia, onde os demais têm preconceito, elas têm esse direito, mas eu não tenho medo. Eu acho que o ateísmo tem que ser difundido no Brasil, e eu me proponho a ser esse cara.

T! Um dos momentos em que você foi mais comentado na Universidade foi quando escreveu o texto sobre o Newtal, sugerindo a troca do Natal pelo Newtal. Gerou uma grande polêmica. Você é polêmico?

JG: Sempre fui e gosto de gerar discussão, de dar uma alfinetada quando uma conversa ta meio morta eu colocar algo pra apimentar... Eu gosto muito. Eu me sinto polêmico.

T! Tanto alguns professores quanto alguns colegas te vêem como teimoso, louco e até mesmo reacionário. Qual o seu pensamento sobre isso?

JG: Na questão de loucura, apesar de vir de uma família com instabilidades, eu posso declarar o seguinte: eu não sou louco. Inclusive já cheguei a declarar que um dos meus medos é chegar a me tornar louco. Loucura não.
Teimosia é algo a questionar. Teimoso não, persistente. Acho que essa é a palavra certa. O sertanejo antes de tudo é persistente.
Reacionário, é... em partes, eu sou dotado, também, pela fonte de equilíbrio. Eu sou um complexo de equilíbrio (repare só) de estar centrado, tranqüilo e também de um pouco de reacionário, ter firmeza nas posições.

T! Você já expôs, em algumas aulas, a sua postura em relação à pena de morte e maioridade penal, chegando a defender a redução para 12 anos. Essas opiniões não são muito controversas para uma pessoa que quer ser diplomata?

JG: O Estado deveria focar muito nos próximos anos em preparar os presídios para devolver os habilitáveis, os normais, aqueles que têm condições de voltar à sociedade. Já os demais, eu acho que é uma perca de tempo do Estado insistir em recuperar o irrecuperável. Depois de uma cadeia, psicólogos, psicanalistas analisando, observando o comportamento de alguns presos que cometeram crimes bárbaros, como tirar a vida de um ser humano, eu acredito que o Estado e as pessoas devem debater e aplicar a pena de morte.
A partir da adolescência eu acho que a pessoa já tem uma noção básica do que é certo e errado e deve ser punida de acordo com a gravidade do seu crime. Mas, é claro que a minha pena de morte eu defendo para maiores de 18 anos.

T! No jornalismo você tem um grande entusiasmo pelo rádio. O que esse veículo significa na sua vida?

JG: O rádio foi meu companheiro desde criança, eu não tinha rádio em casa, mas ouvia na casa do vizinho. Eu sempre gostei,sempre tive uma paixão muito grande por ta me informando, vendo o que ta acontecendo fora. Quando a gente tem experiência em uma pequena cidade do interior, agente quer vê o brasilzão e o rádio por ter por dar aquela emoção no ouvido da gente... eu gosto muito e dentro do jornalismo é ali que eu quero pairar.

T! Galego, todo mundo sabe que você é apreciador de uma boa aguardente e que não vive sem sua Caribé. Como foi que começou esse romance? E até onde ele vai?

JG: Eu espero que esse fim vá comigo. Eu aprecio aguardente por ser sertanejo, pelo gosto que aguardente tem. Eu bebo apreciando, como se fosse um amor mesmo... saudável. Apesar de que nessa brincadeira eu apanho mais do que venço; ta numa propoção de oito para dois. E quanto à essa questão, tem o alcoolismo que é uma doença, eu me preservo, tenho todo cuidado para que não aconteça comigo. Eu quero beber pra continuar bebendo. Eu gosto muito de aguardente, é muito boa; aguardente é comigo mesmo, se tiver alguma por aí esconda (risos).

T! Agora vamos falar sobre um assunto que muito te interessa: mulher. Você tem sempre uma cantada pronta e não dispensa ninguém. Pra você, caiu na rede é peixe ou existem critérios?

JG: Essas cantadas soam mais como brincadeira. Mulher só por ser chamada de mulher, aquelas curvas, a anatomia feminina, é demais, é demais. Eu tenho essa fama de galanteio, de dar uma cantadinha nas minhas colegas, mas é só brincadeira.

T! Você gosta de chamar as mulheres de rapariga, mas no bom sentido. O coração de Jorge Galego bate por alguma rapariga em especial?

JG: Rapariga não, “rrrapariga”. Eu tenho uma “rrrapariga” especial que está comigo há cinco anos. Eu sou muito apaixonado pela vida. Sou apaixonado, por mulher, aguardente e o meu tricolor carioca.

T! Jorge, você tem duas manias que chamam muita atenção. A primeira é a de não usar preto em hipótese alguma. A segunda é a paixão pelo número 3, tanto que você só senta na terceira cadeira da sala. Para um ateu convicto você não estar sendo muito supersticioso?

JG: Superstição eu acho que é diferente de religião. As pessoas gostam de se sentir bem e eu gosto de me sentir bem. Tem pouco tempo que eu não uso preto, foi a partir de 2004. Eu usava um cinto, algumas camisas com detalhes, pequenos detalhes eu não ligo. Eu não gosto do contexto da cor preta. É uma paranóia que eu gosto de cuidar, pra mim é uma coisa saudável, não tenho problema em continuar.

T! E o sonho de construir uma fortaleza em Uauá, ainda está de pé? Como será essa fortaleza?

JG: Com certeza. Eu não posso dizer todos os detalhes, mas ela será construída em... eu vou unir as formas retangulares, circulares e triangulares, o triângulo não pode faltar. Eu não sou nenhum arquiteto, mas já fiz a planta. Será: Os círculos se fecharam por si só, é uma meia-lua pequena fechada em outra meia-lua que servirá como torre; três andares; com calabouço; porão. Será construída a base de pedras. Eu vou tentar unir o novo ao antigo. Eu não tenho pressa pra construir essa fortaleza. OS meus 50 anos eu quero comemorar lá, a minha pressa é essa.

T! Falando em sonhos... Na aula de Sociologia da Comunicação, durante uma apresentação de seminário baseado em um texto de Baudrillard, você contou a turma sobre uma reflexão. Relembre um pouco desse momento e diga-nos qual foi a sua inspiração.

JG: Eu falei que tinha tido uma alucinação. Eu me sentia um xeique no meio de 36 prostitutas de carteirinha. Foi uma brincadeira, rolou e... A inspiração vem do ser humano, do sentimento natural de apreciar essas beldades da natureza que são as mulheres.

T!Você é fã de músicas tidas como brega. Jorge, qual é o brega da sua vida?


JG: Determinar um tipo de música brega, pra mim, é difícil, eu gosto de apreciar o brega ouvindo. Não sei bem o nome da música, mas Adelino Nascimento, um “bregueiro” que morreu ano passado, inclusive no dia em que eu fui para um show de Amado Batista, outro “bregueiro” conhecido, eu não sei nome da música, mas Adelino Nascimento tem um brega que eu gosto muito. Eu gosto mais de ouvir, inclusive se tiver uma aguardentinha do lado, é bom demais.

T! Você já foi membro do TRIPLICANDO! e de repente, saiu. Por que você nos abandonou?


JG: Na época eu era Jorge dos Santos. Eu deixei o TRIPLICANDO! porque eu não gosto de tá amarrado a certas artimanhas tecnológicas, eu sou mais focado no lado real e quando você vai lá pra internet... o virtual não me seduz, deixei pra vocês que são apaixonados pela internet.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

TRIPLICANDO! 1ano no ar





Olá, caro leitor! No dia 17 de maio o TRIPLICANDO! Comemora o seu primeiro aniversário.E, para festejar, traremos uma entrevista exclusiva com uma das figuras mais inusitadas do curso de Comunicação Social – jornalismo em multimeios da UNEB, campus III. Estamos falando de Jorge Gonçalves dos Santos, ou, simplesmente, Jorge Galego. Aguardem!!