Após uma aula de sociologia da comunicação, onde um dos temas abordado foi a passividade da massa perante os seus representantes, dei-me de encontro com uma grande caminhada, promovida por um dos candidatos à prefeitura da cidade de Juazeiro, no norte da Bahia, na qual uma das grandes “atrações” era um ministro de grande importância do governo Lula. O mais marcante nisso tudo era ver como as pessoas estavam felizes acompanhando a tal manifestação, como se a vida e a cidade na qual elas vivem estivesse na mais pura ordem.
Ao som dos “grandes sucessos” eleitorais, e a base de umas cervejinhas, a massa ia com suas bandeiras na mão e seus adesivos no peito, cantando e dançando no intuito de levar o seu magnífico candidato a mais um mandato. Se esse não fosse um ano eleitoreiro, chegaria a pensar que estava no carnaval de Salvador ou em outra festa do gênero, tamanha a felicidade popular.
Era “emocionante” ver os rostos das pessoas com aquele semblante de felicidade, afirmando que tudo estava caminhando bem; percebi o quanto à massa é esclarecida, alguns chegaram a afirmar, no momento em que a imensidão de gente passava em frente a minha universidade o seguinte: “ao invés de virem cumê água e apoiar o nosso candidato, eles ficam aí perdendo tempo em estudar”. Esse é o nosso povo. Esse é o nosso sábio povo.
Festa, é esse o pensamento da massa, não nos interessa saber o quanto estamos sendo manipulados, o que realmente importa, é o quanto estamos nos divertindo. Esse é o ritmo eleitoral, vence aquele que fizer mais e as melhores festas; pra que propostas, se o que realmente vale, na visão da massa, é a cervejinha e a musiquinha ofertadas pelos candidatos? Esses são os fatores decisivos para se vencer uma eleição. Voltamos a viver na base do “pão e circo”. É disso que o povo gosta, é isso que o povo quer.